O que queremos dizer com “Discurso”? [Parte 02]

Olá, pessoal!

Seguindo com o objetivo do último post, vamos esclarecer o sentido do termo “Discurso”. Na “[Parte 01]” apresentamos alguns conceitos e agora com a “[Parte 02]” pretendemos concluir nossa ideia.

Reforçando:

Quero deixar claro que a ideia de discurso pode variar muito a depender da área acadêmica e que vocês devem pesquisar mais para entender a polissemia da palavra.

Com este blog, o intuito é apresentar o Discurso e casá-lo com a prática acadêmica e profissional das Relações Públicas. Desta forma, dar uma nova visão para o sistema social formado pela organização e seus públicos.

Continuando...

Dentro do sistema social organização-públicos, o discurso é a intenção expressa através da comunicação, das ações, atos ou medidas, das tomadas de decisão e dos diálogos. É o que está nas entrelinhas e precisa ser entendido pelos públicos porque resultará em imagem da organização que poderá ser positiva ou negativa. Portanto, deve sempre transmitir, no mínimo, a óbvia intenção de manter o sistema social unido através da compreensão mútua.

Cada público necessita de informações específicas e legítimas para ele receber. O sistema social não se sustenta quando esse fluxo de informação é bloqueado. Neste caso, o discurso está no saber da informação e no entender do porquê dela está sendo veiculada. Ou seja, a informação precisa funcionar como ferramenta eficiente e proativa na relação dos públicos com a organização.

A informação não pode estar retida, ela deve ser comunicada aos públicos. Por “comunicada” entenda, segundo José Marques de Melo: tornar comum, comunhão de ideias, participar da comunidade. Para a comunicação, o discurso se estabelece na interface entre a expectativa do público e da organização e no meio utilizado para enviar a informação. Quando o discurso não é casado surgem os ruídos, insatisfações e imagem negativa.

O discurso também está nos programas, ações, atitudes e nas tomadas de decisão. Ele está ligado diretamente à cultura organizacional e, portanto, deve refletir os valores, respeitar a identidade e fortalecer a reputação da organização. Por exemplo: iniciar um programa de responsabilidade social que normalmente não faz parte da atividade-fim, mas desempenha um papel discursivo forte para aproximar públicos.

No diálogo o discurso é aquilo que dá sentido ao que está sendo dito. É a significância por trás dos dizeres capaz de aproximar ou afastar os públicos. Ele está diretamente ligado ao objetivo motivador do diálogo e carrega em si a expectativa da organização pelo resultado da relação, bem como a compreensão do público a respeito dos motivos norteadores do diálogo.

O discurso pode ser observado em vários elementos que determinam o sistema social, tais como: na informação, na comunicação, nos programas, projetos e ações, nos diálogos e nas decisões. Em suma, todos esses componentes coexistem e dependem um do outro para manter as relações. O discurso excelente é aquele capaz de passar igualmente por esses elementos refletindo os valores e a cultura organizacional, casando a razão e a emoção, gerando imagem positiva e dando motivos para que os relacionamentos perdurem e fortaleçam o sistema social organização-públicos.

Espero que tenham apreciado o conteúdo.

Não deixem de comentar e interagir caso tenham alguma dúvida ou provocação.

Até mais!