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 Conhecimento 

Comunicação Pública

Profa. Dra. Maria José da Costa Oliveira

Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas da Metrocamp. Autora de vários livros sobre Comunicação Pública. 

Ética e eleição

Neste ano de eleições, cabe uma reflexão sobre a ética na esfera pública, uma vez que tal virtude deve estar presente em toda a sociedade e naqueles que governarão o destino de nosso país.

 

Além da ética, virtudes como confiança e moral, são fundamentais em todas as circunstâncias, mas em especial na esfera pública, pois as conseqüências da falta de tais virtudes repercutem na vida da população.

 

Infelizmente, as manchetes dos veículos de comunicação demonstram, claramente, a falta de ética, de honestidade, de moral e de respeito pela "coisa pública" por parte de muitos políticos, que, justamente, deveriam zelar pelo bem público.

 

Há inúmeros escândalos que dão a clara dimensão do impacto que a corrupção causa na sociedade. Casos de desvios de verbas públicas destinadas à merenda escolar, à saúde, à educação, ao saneamento básico, à seca, à fome, às calamidades, demonstram que políticos corruptos também matam e muitas vezes em grande escala.

 

Aliás, é bom que se reforce aqui que a própria Constituição da República Federativa do Brasil destaca como princípios da administração pública, em seu artigo 37: a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicidade, revelando que as virtudes acima mencionadas deveriam ser inerentes àqueles que assumem a tarefa de gerenciar os interesses gerais da sociedade.

 

Portanto, exigir que os administradores públicos incorporem as virtudes sociais, essenciais para a prosperidade, passa a ser fundamental para a concretização da cidadania.

 

A falta de uma postura adequada por parte de certos representantes públicos acaba minando a confiança da população em relação ao governo. Dessa forma, compromete-se a integração entre Estado, Sociedade e Mercado que, acredito, pode ser justamente a chave para a solução de boa parte dos problemas sociais e a efetivação da cidadania.

 

Tenho, portanto, convicção de que entre as condições fundamentais para se viabilizar o caminho da cidadania está em modelar uma estrutura pública virtuosa a partir do governo, capacitando-o a se transformar num transmissor dos melhores exemplos comportamentais ao setor privado e aos cidadãos em geral. 

 

A partir daí, pode-se contar com uma base mais estruturada para que o espaço público passe a ser compartilhado e assumido pelos diferentes entes sociais, reforçando a democracia e permitindo o respeito ao papel crucial do governo.

 

A corrupção, como exemplo de falta de ética, desvia verbas destinadas aos mais necessitados, afetando principalmente a quem é cada vez mais dificultado o acesso à educação, transporte e saúde de qualidade. Além disso, o Estado perde legitimidade e a nação acaba tendo sérios prejuízos econômicos.

 

Por isso, é hora de analisar bem a nossa escolha, memorizá-la, para exigir que nossos representantes cumpram, antes de tudo, seus deveres de cidadãos.

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